Compositor: José Amazan Silva (Amazan) / Moacir Cosme de Lima (Moacir Laurentino) / Sebastião José da Silva (Sebastião da Silva)
Canto Brasil altaneiro
Do açúcar pernambucano
Do petróleo sergipano
Das jazidas do mineiro
Bahia do cacaueiro, gaúcho do chimarrão
Ceará do algodão, Maranhão de arroz e coco
Neste Brasil de caboclo
De mãe preta e pai João
Brasil que ama o esporte
Seu valor ninguém derriba
Do sisal da Paraíba
Do algodão produto forte
Do Rio Grande do Norte de felipe e camarão
Que lutou pela nação
Quando o povo "inda" era pouco
Neste Brasil de caboclo
De mãe preta e pai João
Minha terra nordestina
De ciranda e cantoria
Bumba-meu-boi romaria
Do forró de concertina
Do claro da lamparina
Que chamam de lampião
Que é a iluminação, do casebre de reboco
Neste Brasil de caboclo
De mãe preta e pai João
De São Paulo ao Paraná
Eu conheço muito bem
De são luís a Belém, porto velho e Amapá
Campo grande, cuiabá
A floresta cobre o chão
Onde canta o azulão e o macaco quebra coco
Neste Brasil de caboclo
De mãe preta e pai João
Brasil que se vê nas feiras
Tamanhas variedades
Gente de toda cidade, namoros e bebedeiras
Das novenas, de fogueiras
De são Pedro e de são João
Onde soltam foguetão e no espaço da pipoco
Neste Brasil de caboclo
De mãe preta e pai João
Brasil em tempos primeiros
Seu povo sofreu demais
Nos tempos de capataz
Coronéis e cangaceiros
Dos valentes bandoleiros
Das tropas de lampião
Que andavam pelo sertão
Matando de tiro e soco
Neste Brasil de caboclo
De mãe preta e pai João
Brasil dos heróis vaqueiros
Dos famosos caçadores
Repentistas, cantadores
Trovador e jangadeiros
Brasil dos despenhadeiros
De serra, de chapadão
De mato que cobre o chão
Longa rama e curto toco
Neste Brasil de caboclo
De mãe preta e pai João
É Brasil da vaquejada do namoro e do xodó
De cantoria e forró na poeira da latada
Quando é de madrugada
Fica um "bebo" no balcão
Conversa cospe no chão
Bebe muito e paga pouco
Neste Brasil de caboclo
De mãe preta e pai João
Sou poeta popular amazan é o meu nome
Onça pintada não come
O bezerro que eu criar
Quando começo cantar, com a sanfona na mão
Fazendo improvisação
Deixo o repentista louco
Neste Brasil de caboclo
De mãe preta e pai João
Ai nesse Brasil de caboclo
De luiz rei do baião!
Nesse Brasil de caboclo
Do frade frei damião!